Bem-vindas a casa, plantas
É muito emocionante pôr as mãos na terra, cheirar as plantas, e sentir que estamos a remendar algo que está rasgado no nosso mundo.
O grande momento chegou e começámos a plantar algumas árvores. É muito emocionante pôr as mãos na terra, cheirar as plantas, e sentir que estamos a remendar algo que está rasgado no nosso mundo.
A criação de um projeto Permacultura na Alo Land nasceu de uma semente colocada nas nossas cabeças há mais de um ano. Foi mudando de forma, formato e tamanho. Depois de muito esforço, ideias, horas ao computador e no eucaliptal, arrancámos com a primeira fase do projeto: preparar o terreno. Foi uma loucura muito intensa e barulhenta. O nosso quotidiano ficou desnorteado, sendo triturado como tantos eucaliptos que tivemos de cortar.
Agora, quase duas semanas depois, avançamos com a nova fase: a plantação. Parece simples, mas claro, não é.
O terreno é muito duro e argiloso nalgumas partes fazendo com que a simples tarefa de abrir um buraco exija uma máquina e três homens de volta dela. Dezenas de árvores chegaram, em torrão, mais um de um mês antes que o previsto.
Tivemos de as mudar para vasos, que não tínhamos, com mais solo, que também não tínhamos, controlando a água, vento e luz que recebiam várias vezes por dia. Foi uma luta contra tempo: neste momento várias destas plantas cresceram demasiado para os vasos, ficando com as raízes enroladas. Não podíamos andar a mudá-las de um lado para o outro, pois estas mudanças também não lhes fazem bem. Agora, finalmente, estamos a pô-las na terra.
E cada árvore plantada tira o efeito de uma hora de barulho e ‘stress’ causado pela escavadora que por aqui andou, a abrir valas e lagos. Planta a planta, tudo volta a fazer sentido, a paz cresce, e toda a família parece enraizar-se um pouco mais a este espaço. É isto, simplesmente isto, que nos faz bem: tratar da terra que trata de nós.
Temos várias centenas de plantas pela frente: árvores, arbustos, herbáceas, ervas, trepadeiras... Não sei o que será melhor: o prazer de dar-lhes as Boas-vindas quando estiverem na terra ou a alegria de termos cumprido este sonho e começar a cuidar de um rebento de floresta.