Projeto de Reflorestação

Nesta fase, vamos concentrar-nos em preparar o solo, aumentar a sua fertilidade, privilegiar a introdução e proteção de diversas espécies produtivas e de apoio à regeneração

Projeto de Reflorestação

Fase 1: Preparação do solo

Floresta: eucaliptos, com tojo, silvas e alguns pinheiros

Introdução

Este projeto visa regenerar o solo e criar uma floresta produtiva, com benefícios claros para o solo, flora e fauna locais.

Nesta fase, vamos concentrar-nos em preparar o solo, aumentar a sua fertilidade, privilegiar a introdução e proteção de diversas espécies produtivas e de apoio à regeneração

Objetivos

  1. Libertação do solo
  2. Hidratação do terreno
  3. Proteção do terreno

Especificações

Segue-se a lista de tarefas necessárias a cada um dos objetivos propostos:

A. Libertação do solo

O solo está saturado de eucaliptos, sendo necessário libertar o solo para a introdução e proteção de outras espécies.

Adicionalmente, é necessário retirar árvores existentes para a colocação das valas e dos lagos.

i. Remover árvores

  • Cortar os troncos rentes ao solo
  • Desvitalizar e deixar as raízes no solo. Qualquer raiz que se encontre nas valas deverá ser fortemente despedaçada

ii. Limpar eucaliptos

  • Os eucaliptos assinalados deverão ser limpos para manter apenas os dois pés mais largos.
  • Remover os ramos mais baixos

B. Hidratação do terreno

Vamos maximizar o aproveitamento das águas da chuva com as seguintes estruturas

i. Swales / Valas Irrigadeiras

  • Criação de duas valas com 3 metros de largura. A vala terá as laterais/paredes com uma inclinação suave. A profundidade máxima será 0,45m. O comprimento esperado de cada uma das valas é de ca. 120m.
  • A localização concordará com o indicado no mapa em anexo.

Importante: as valas seguirão as linhas de nível de relevo sendo que não pode haver qualquer inclinação entre ambas as extremidades.

  • O solo extraído não deve ser misturado nos seus diferentes horizontes, mantendo intacta a estrutura de horizontes do solo. Para tal, a camada superior deve ficar num monte aparte do restante.
  • O solo extraído é colocado como uma berma na parte inferior do terreno (este).

Uma vez construídas, as valas deverão ser imediatamente cuidadas:

  • Adicionando o gesso agrícola, dispersando cerca de um punhado de gesto por cada metro quadrado.
  • Distribuindo uma camada de matéria orgânica (por ex. folhas secas, aparas de madeira).
  • Colocando as sementes de herbáceas fixadoras de azoto.
  • As sementes deverão ser cobertas com uma fina camada de palha.
Perfil da vala de irrigação / Swale

ii. Mini-lagos

Os lagos serão construídos antes da preparação do terreno para o plantio. Será impermeabilizado por compactação superficial de argila pura com uma espessura mínima de 10cm.

O solo superficial deverá ser retirado e colocado num monte à parte. Não deve haver qualquer matéria orgânica no interior do lago.

Os lagos terão uma profundidade máxima de 1,5m.

Os lagos terão a parede interior (lado da água) com uma inclinação de 1:3 (altura: largura) e a parede exterior de 1:2.

A parede interior oposta à barragem deverá criar um pequeno “degrau” com uma profundidade de cerca de 40cm.

A barragem deverá ser feita através da criação de uma fundação com uma âncora subterrânea com 0,9 m de profundidade ou até encontrar barro sólido. Em seguida, a restante fundação é feita aproveitando todo o material argiloso retirado na escavação, depositada em camada e seguidamente fortemente compactada.

Também será incluído um vertedouro com um tubo que passa através da fundação ao nível do solo.

No final, é colocada a matéria orgânica sobre a parede exterior da fundação, sendo rapidamente semeada com uma mistura de sementes do prado.

Perfil do mini-lago

iii. Ligações (por definir)

Nos espaços indicados no mapa, serão instaladas as ligações necessárias (tubos) para possibilitar a circulação de água desde o lago superior à vala de irrigação superior, e desde essa vala à vala inferior.

Entre as duas valas também será possível, libertar água para o terreno.

C. Proteção do terreno

i. Manter a restante vegetação

Todas as plantas que se poderem manter, serão mantidas, com especial cuidado as espécies de crescimento mais lento, como os carvalhos.

ii. Aproveitamento da matéria orgânica removida

Tudo o que for possível deve ser triturado e deixado no solo. O que não for triturado deve, ainda assim, ser despedaçado o máximo possível e deixado no solo ou subterrado em eventuais buracos que se criem ou covas já existentes.

iii. Enriquecimento do talude

As raízes de pinheiro serão despedaçadas e espalhadas ao longo do talude. Serão adicionados também alguns ramos e outros excessos obtidos durante a libertação do solo. No final, esta matéria orgânica será coberta de terra (obtida durante a criação dos lagos inferiores. Se necessário será obtida terra adicional).

iv. Faixa de proteção de incêndio

No limite a sul da propriedade, será retirada toda e qualquer planta altamente combustível, incluindo silvas, tojos, eucaliptos, folhas secas.

Nesse espaço, com 4 metros de largura, serão posteriormente adicionadas plantas com carácter mais apropriado para a prevenção/minimização do impacto de incêndios. Finalmente, será incluída uma linha de acesso que liga as duas valas irrigadoras.